Segue aqui a tradução de algumas técnicas:
Francis Bacon
Um homem faria bem em carregar um lápis em seu bolso e escrever seus pensamentos do momento. Aqueles que vêm espontaneamente são, comumente, os mais valiosos e devem ser salvaguardados, pois raramente retornam.
Walter Benjamin
Em "Técnicas do Escritor em Treze Teses", Benjamin aconselha:
"um apego pedante a certos papéis, canetas, tintas, é benéfico (...) cuide do seu caderno com tamanha vigilância como as autoridades cuidam de seu registro de estrangeiros (...) Quanto mais circunspectamente você demorar para escrever uma idéia, mais maturada ela estará ao se entregar (...) Nunca deixe de escrever por você haver se esgotado de idéias (...) Preencha as lacunas da inspiração ao copiar sistematicamente os que já foi escrito" (IV-VIII)
Ray Bradbury
Bradbury escreveu "O Bombeiro", um versão prévia de Fahrenheit 451, em forma de novela, numa máquina de escrever alugada (ao preço de 10 centavos por cada meia hora), no porão da biblioteca da UCLA, em nove dias.
Anthony Burgess
Burgess era prolífico, escrevendo seis romances em 1960. "Eu não recuso nenhum trabalho razoável, e apenas alguns disparatados", ele confessaria em 1978.
Não é muito claro se este senso de urgência possa ser atribuído a um médico, que diagnosticou que um tumor cerebral lhe permitira viver (no máximo) um ano:
Após ter lutado na Segunda Guerra Mundial, ele trabalhou por cinco anos como educador colonial na Malásia. Enquanto ele estava lá, foi diagnosticado com um tumor cebetral, e um doutor lhe disse que ele tinha apenas um ano de vida. Mais tarde, ele escreveria: "Foi-me concedido algo que eu nunca tivera antes: um ano inteiro para viver. Eu não poderia ser atropelado por um ônibus no dia seguinte, nem esfaqueado no turfe de Brighton. Eu não poderia me engasgar com um osso. Se eu caísse num mar gélido, eu não me afogaria. Eu tinha um ano inteiro, muito tempo. Neste ano, eu teria de ganhar para sustentar minha futura viúva... Eu teria de me tornar um escritor profissional."Sir Arthur Conan Doyle
"Você conhece meu método. É fundado na observação das trivialidades."
Gustave Flaubert
Flaubert mantém as coisas subentendidas, numa carta a George Sand, dezembro de 1866:
Eu me expressei mal quando eu lhe disse que "não se deve escrever desde o coração." Eu queria dizer: não se deve por sua personalidade no retrato. Eu creio que a grande arte é científica e impessoal. Deve-se, por um esforço mental, colocar-se no interior dos personagens, mas não criá-los a partir de si. Pelo menos este é o método; um método que visa isto: tentar obter uma grande soma de talento, ou mesmo de genialidade, se você puder.
Neil Gaiman:
A primeira versão, Gaiman escreve manuscrita, a segunda, computador:
"Uma das razões por que gosto de escrever à mão é que ela me freia um pouco, mas também me força a continuar: se eu estiver usando uma caneta, nunca passarei metade do dia envolvido em escrever uma frase e fazê-la funcionar. Farei isto quando eu começar a digitar.
(No entanto, a razão principal que me leva a escrever a primeira versão no papel é a de me enganar, ao pensar que isto não é real, que não quero dizer isto, até que comece a ser digitado. Por outro lado, todos os roteiros começam direto na tela e eu me sentiria quase tolo se tentasse manuscrevê-los antes. É por isto que uso o Final Draft -- gosto de poder escrever diálogos sem precisar pensar ou parar, e depois poder arrumar.)"
Irving começa pelo fim:
Eu começo um romance de trás para frente; eu sei o final da história antes de escrever a primeira frase. Tento escrever a última frase primeiro, às vezes, até mesmo vários últimos parágrafos.
http://rodcorp.typepad.com/rodcorp/2004/12/how_we_work.html
1 comment:
Hummm...
Muito obrigada pelo esforço.
Todos nós que escrevemos temos muita curiosidade para saber como os grandes mestres trabalhavam.
Raquel
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