Sunday, February 22, 2009

Madame Bovary, de Gustave Flaubert

Há uma máxima, atribuída a Schopenhauer por alguns, e a Heidegger por outros, que afirma que só existe duas línguas para se filosofar: o grego e o alemão.

Talvez insuflado por esta mentalidade, por anos alimentei uma certa animosidade por tudo que se fazia na França - notória rival da Alemanha quando se trata de cultura -, nada substituía Beethoven, Brahms, Wagner, Nietzsche, Heidegger, Schiller, Goethe, Thomas Mann ou Hermann Hesse.
Nada de bom poderia vir para o lado de lá da linha Maginot.

Também havia um ranço, pelo próprio modo como a Academia se baseava na estrutura educacional francesa, adotando uma linha estruturalista, com professores educados à base dos existencialistas, leitores de Sartre, defensores de Merleau-Ponty, e em parte pela reverência cultural que o Brasil sempre prestou à França, sendo a própria Academia Brasileira de Letras inspirada na correspondente francesa, e tendo quase todos os principais movimentos artístico-literários - o naturalismo, o realismo, o modernismo, o surrealismo, inclusive o pós-modernismo - se inspirado em artistas franceses, francófonos, ou residentes em Paris.
O que valia para mim, durante este período, era ser do contra.

O processo de reconciliação foi sutil. Começou com a leitura de "Gargântua e Pantagruel", obra genial de Rabelais, mas estagnou.

Voltei a ter contato com a literatura francesa mais ou menos um ano depois, quando li pela primeira vez Balzac, "O Pai Goriot", e esta foi uma epifania.
Retornando à dicotomia Alemanha-França, talvez Schopenhauer (ou Heidegger) tivesse razão, poucas línguas possuem a precisão do grego ou do alemão. A prefixação e a aglutinação de palavras permite uma criação ilimitada de conceitos específicos, delimitando os sentidos e estabelecendo um meio quase inequívoco de comunicação.

O alemão até pode ser uma língua poética, mas quando se trata de respeitar a composição duma frase, a criação duma imagem, a descrição dum cenário, não há o que se compare com as línguas latinas. E, nas mãos dos mestres franceses das Letras, a escritura deixa de ser apenas um modo de comunicação, transcende a instrumentalidade da língua.

Tanto Balzac quanto Flaubert observam suas épocas com olhar crítico. Balzac abarca todas as instâncias sociais, do camponês rústico até a aristocracia decadente, mas o foco é sempre a burguesia hipócrita. Flaubert é, por sua vez, mais incisivo; basta uma única personagem para aglutinar tudo aquilo que está disperso nas dezenas de obras de Balzac, esta personagem é Emma Bovary.

A jovem Emma era leitora de romances românticos. Tal formação a fez conceber relacionamentos ideais, uma vida quimérica. O casamento com Charles Bovary é uma frustração, a negação de tudo que ela havia imaginado na juventude. Charles era um homem sereno, sem grandes arroubos de paixão, com um emprego estável, porém medíocre - um médico provinciano sem grandes ambições.
Emma Bovary encontra no adultério a aventura e a emoção que tanto almejara. Primeiro com um fazendeiro dos arredores, posteriormente com um jovem promissor, com quem desfila de braços dados por Rouen.
Flaubert quer que odiemos Emma Bovary, tudo aquilo que ela representa, a hipocrisia, a baixeza, a futilidade, e ele atinge seu objetivo. Nunca antes desejei tanto que um personagem morresse num livro (nem mesmo Heathcliff de "O Morro dos Ventos Uivantes").
Todavia, nem mesmo este prazer Flaubert nos concede com plenitude. Emma morrerá, sabemos disto, antevemo-lo, contemo-nos por páginas e páginas apenas para presenciar sua agonia, porém a morte dela não é libertadora.

"Ela o corrompeu desde além da cova", diz-nos o narrador, referindo-se ao repreensível comportamento de Charles após a morte da esposa.

A corrupção de Emma ultrapassa seu desaparecimento, pois a corrupção de Emma é a corrupção de toda uma sociedade. Emma morre e parte do nosso ódio é aplacado, no entanto, o mundo não muda, outras Emmas, tanto do sexo feminino quanto do masculino, estão lá para ocupar a vaga deixada por ela.
A obra se encerra num tom pessimista, atormentando-nos com seu determinismo, com sua fatalidade.

Grego e alemão podem até ser a língua da Filosofia, mas foi em francês que se criou um dos maiores estudos da psiqué humana, das relações sociais, da mesquinharia, mascarada de Literatura, ou tornado possível justamente por não ser teórico, por não ser fatual, por ser mera ficção, e neste "mera" reside todo o segredo.

Artigo publicado na Revista SAMIZDAT

Monday, February 09, 2009

Os livros mais vendidos: esperança e hegemonia

Quando o Google liberou para a Feira de Frankfurt, em 2006, uma listagem com os livros mais procurados pelos internautas, a reação das editoras não poderia ser pior.

O motivo era óbvio: na lista constavam obras como o “Corão”, um guia sobre flores tropicais, um manual sobre construção de robôs e várias outros livros que, nem de longe, estavam presentes entre os mais vendidos do New York Times (1).

Era atrás desta indecorosa listagem do Google que eu estava quando acabei caindo, acidentalmente, numa outra listagem, da enciclopédia virtual Wikipédia, que apresentava os livros mais vendidos da História (2). Quer dizer, não era apenas o que os internautas mais buscavam, mas sim os livros que mais haviam vendido em todos os tempos do mercado editorial!

Por dias me deparei, assombrado, diante desta catalogação de livros.
Os dois primeiros colocados, muito à frente dos demais livros, eram óbvios.

A Bíblia, segundo esta fonte, é o livro mais vendido de todos, entre 2,5 e 6 bilhões de cópias. Não é algo que surpreenda, ao levarmos em conta que existem bilhões de cristãos ao redor do mundo e que, numa única residência, há a possibilidade de haver uma ou mais Bíblias. Eu mesmo já tive uma meia dúzia.

Em segundo lugar está o “Livro Vermelho” de Mao Tse-Tung, numa faixa de 800 milhões a 6,5 bilhões de exemplares vendidos. Outra estatística que não surpreende — o que surpreende é a incerteza entre o maior e menor valor — se considerarmos que apenas na China vivem mais de um bilhão de pessoas e que este livro certamente é leitura obrigatória no país, além de que também se tornou uma das referências clássicas do comunismo, ao lado de Marx, Engels, Rosa Luxemburgo, Trotsky e Lênin, ou seja, um livro que deve ter passado pelas mãos de praticamente todo mundo que vive num país comunista ou se interessa pelo assunto.

No entanto, o restante da lista me intrigou, pois nela havia livros quase totalmente desconhecidos no Ocidente, como “A Tripla Representatividade” do chinês Jiang Zenin ou “O Sonho da Câmara Vermelha” de Cao Xueqin, entre outros bastante conhecidos como o “Corão”, “Senhor dos Anéis” de Tolkien, “Um Conto de duas Cidades” de Dickens, entre outras obras menos conhecidas, todos com vendas superiores a 100 milhões de exemplares.

E se prosseguirmos um pouco mais, para os livros entre 50 milhões e 100 milhões de exemplares vendidos, então ela se torna ainda mais confusa, com textos de Paulo Coelho, Salinger, Saint-Exupéry, Haggard, Dan Brown, entre outros autores que muitos de nós, brasileiros, jamais ouvimos falar.

Encontrar um princípio unificador, algo que nos permita determinar um elo entre tais livros e compreender o segredo destes sucessos absolutos parece nos escapar, transcender qualquer explicação. Pois qual é a semelhança entre Paulo Coelho e o Livro dos Mórmons? Ou de Tolkien e “Escotismo para rapazes” de Baden-Powell? Ou entre Dickens e Mao Tse-Tung?
Temos livros de ficção e não-ficção, obras religiosas e laicas, textos políticos e para crianças. Então nosso primeiro esforço é tentarmos perceber o que elas têm em comum.

Antes de tudo, existem dois grandes grupos: 1 – obras escritas originalmente em inglês (Dickens, Baden-Powell, Tolkien, Joseph Smith, Agatha Christie); 2 – obras escritas originalmente em chinês (Mao Tse-Tung, o dicionário Xinhua, Zemin, Xueqin).

As duas únicas exceções entre os 15 primeiros livros mais vendidos são a Bíblia e o Corão.
Imediatamente, vislumbramos o fio condutor para desvendarmos o segredo dos mais vendidos. No entanto, somente ao observarmos a listagem do décimo-sexto livro em diante que obtemos a certeza. Entre as posições 16 e 26, encontramos 8 obras em inglês (de Haggard, Salinger, Napoleon Hill, Dan Brown, dicionário Merriam-Webster, Dr. Benjamin Spock, Lucy Maud Montgomery e Anna Sewell) e apenas 3 em outros idiomas (de Antoine de Saint-Exupéry, Paulo Coelho e Johana Spyri, ou seja, francês, português e alemão).

A listagem prossegue e não é difícil constatar que o idioma predominante é o inglês.
A primeira conclusão que obtemos é que existe uma relação entre idioma e vendas. O inglês, pelo próprio papel que a Inglaterra desempenhou durante a Revolução Industrial e dada a importância política e cultural dos Estados Unidos, acabou por se tornar a língua mais influente do mundo. É a terceira língua mais falada no mundo, se nos ativermos aos falantes nativos, apenas atrás do chinês e do espanhol; mas se contabilizarmos todos os falantes de inglês ao redor do planeta, incluindo os que a têm como segunda língua ou como língua estrangeira, podemos facilmente atingir a marca de 1,5 bilhões de falantes, logo atrás do chinês, com 1,51 bilhões.

Portanto, esboçamos uma primeira explicação: o número de exemplares vendidos está relacionado diretamente ao número de falantes de determinado idioma. E, mais do que isto, a relevância de um idioma globalmente é determinada pela importância política, cultura e/ou econômica do país no qual é falada.

A venda de livros depende da hegemonia linguística.

Isto explica porque as obras de Dickens e Mao Tse-Tung possuem margens de vendas tão assombrosas. No primeiro caso, supomos que Dickens seja leitura obrigatória em escolas e universidades ao redor mundo, dos EUA à Nova Zelândia, onde quer que haja um falante de inglês, e mais do que isto, através de suas inúmeras traduções. No segundo caso, temos uma profunda influência estatal, uma imposição feita pelo governo da República Popular da China. O livro de Mao Tse-Tung é quase um livro doutrinário, com os preceitos revolucionários duma nova China. Todo chinês pós-revolução tem o dever de lê-lo. Imponha uma obrigatoriedade de quase 50 anos sobre uma população imensa e podemos conceber porque “O Livro Vermelho” vendeu tanto.

No entanto, esta explicação não esclarece o porquê de a Bíblia, o Corão, o Livro dos Mórmons, “O Pequeno Príncipe”, “O Alquimista” ou “O Diário de Anne Frank” também pertencerem a esta lista.

Como dissemos anteriormente, a presença da Bíblia não surpreende, tampouco do Corão, se pensarmos que o islamismo é a religião que mais tem atraído novos seguidores nos últimos tempos. Mas não existem tantos mórmons no mundo (estima-se em torno de 13 milhões) para justificar os 130 milhões de exemplares vendidos do “Livro dos Mórmons”. Por outro lado, as semelhanças entre “O Pequeno Príncipe” e “O Alquimista” são gritantes, e Paulo Coelho é o primeiro a admitir que a obra de Saint-Exupéry foi uma de suas principais inspirações.
Mas todas estas obras também possuem uma mensagem comum, todas elas transmitem uma centelha de esperança a seus leitores. As obras religiosas possuem esta função, por sua própria natureza espiritual.

As religiões surgiram, originalmente, para tentar explicar os mistérios da existência e, mais do que tudo, dar um sentido e aplacar o medo da morte. As religiões proporcionam a esperança de que esta vida não será em vão e que haverá uma recompensa na vida após a morte.

As obras de Paulo Coelho e Saint-Exupéry também parecem se encaminhar nesta direção. O pequeno príncipe é um menino que cruza o Universo e vem para a terra em busca por respostas, o protagonista do “O Alquimista” é alguém que mergulha no deserto atrás de respostas para sua vida. Há um quê de religiosidade em ambas as obras, em forma de um contato com uma essência escondida e da procura por um sentido para nossa existência.

Encontramos, então, o segundo elemento subjacente a esta listagem: as pessoas procuram obras que lhes dão esperança, que lhes revelem que a vida possui algum sentido, que a morte e as dificuldades não prevalecerão no final.

É óbvio que seríamos muito simplórios em acreditar que se enquadrar numa destas duas classificações — obras escritas em línguas hegemônicas, ou que insuflam esperança — seria instantaneamente uma fórmula de sucesso literário. Isto não é verdade, pois algo como uma fórmula para vender bem inexiste.

Quase todas estas obras foram concebidas e publicadas num contexto que as permitiram ser acolhidas por seu público e possuem uma mensagem que transcende a própria época, mesmo que esta transcendência seja fundada em equívocos. Além disto, não podemos menosprezar o crucial papel da Indústria Cultural neste processo, que através duma intrincada engrenagem de publicidade, merchandising, distribuição e expansão para outras mídias conseguem tornar em sucesso absoluto livros como “O Código Da Vinci”, “O Nome da Rosa” ou “Harry Potter”.

Por detrás desta listagem de obras mais vendidas da História, encontramos toda uma trajetória de poder, dominação, religiosidade e busca por sentido. Muitas destas obras já fazem parte do inconsciente coletivo, outras são fenômenos absolutos de cultura de massa, mas todas elas atingiram um patamar de sucesso e aceitação que se auto-alimenta, num círculo virtuoso que faz as pessoas desejarem os mais vendidos pelo simples fato de serem mais vendidos.

Fontes:
(1) InfoOnline: http://info.abril.com.br/aberto/infonews/102006/05102006-8.shl
(2) Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_best-selling_books

Artigo publicado na Revista SAMIZDAT

***

Listagem do Livros Mais-Vendidos - Wikipédia

1 bilhão de cópias (estimativa)

1 - Bíblia
Autoria: Visão tradicional judaico-cristã: revelação ou inspiração de Deus a vários autores
Língua original: Hebraico, grego koiné, aramaico
Publicação: 70 a.C – 105 a.C
Vendas: De 2.5 a 6 bilhões

2 - Citações do comandante Mao (O Livro Vermelho)
Autoria: Citações de Mao Tse-Tung. Coletadas pelo Diário do ESP, do Exército de Salvação Popular, e assinado por Lin Biao
Língua original: Chinês e 50 línguas
Publicação: 1964
Vendas: De 800 milhões a 6.5 bilhões

Entre 100 milhões e 1 bilhão de cópias (estimativa)

3 - Xinhua Zidian (Dicionário Xinhua)
Editor-chefe: Wei Jiangong
chinês
1957
400 milhões

4 - Poemas do comandante Mao
Mao Tse-Tung
chinês
1966
400 milhões

5 - Seleção de artigos de Mao Tse-Tung
Mao Tse-Tung
chinês
1966
252.5 milhões

6 - O Qu’ān (O Corão)
Visão tradicional islâmica: revelação de Alá através do anjo Gabriel a Maomé
Árabe clássico
Visão tradicional islâmica: ~610 - ~632
200 milhões

7 - Um Conto de Duas Cidades
Charles Dickens
Inglês
1859
200 milhões

8 - Escotismo para Rapazes
Robert Baden-Powell
Inglês
1908
150 milhões

9 - O Senhor dos Anéis
J. R. R. Tolkien
Inglês
1954–1955
150 milhões

10 - Livro de Mórmon
Visão tradicional de Santo-dos-Últimos-Dias: compilação pelo profeta Mórmon, relevada a Joseph Smith Jr.
Inglês
1830
130 milhões

11 - A Verdade que leva à vida eterna
Testemunha de Jeová (Sociedade Torre de Vigia de Nova York)
Inglês 1968
107 milhões

12 - Sobre a Tripla Representatividade
Jiang Zemin
Chinês
2001
100 milhões

13 - O Caso dos Dez Negrinhos
Agatha Christie
Inglês
1939
100 milhões

14 - O Hobbit
J. R. R. Tolkien
Inglês
1937
100 milhões

15 - O Sonho da Câmara Vermelha
Cao Xueqin
Chinês
Século XVIII
100 milhões

Entre 50 milhões e 100 milhões de cópias (estimativa)

16 - She
H. Rider Haggard
Inglês
1887
83 milhões

17 - Le Petit Prince (O Pequeno Príncipe)
Antoine de Saint-Exupéry
Francês
1943
80 milhões

18 - O Apanhador no Campo de Centeio
J. D. Salinger
Inglês
1951
65 milhões

19 - O Alquimista
Paulo Coelho
Português
1988
65 milhões

20 - Pense e enriqueça
Napoleon Hill
Inglês
1937
60 milhões

21 - O Código Da Vinci
Dan Brown
Inglês
2003
57 milhões

22 - Merriam-Webster’s Collegiate Dictionary
Merriam-Webster
Inglês
1898
55 milhões

23 - Heidis Lehr- und Wanderjahre (Heidi)
Johanna Spyri
Alemão
1880
50 milhões

24 - Meu Filho Meu Tesouro
Dr. Benjamin Spock
Inglês
1946
50 milhões

25 - Anne de Frontões Verdes
Lucy Maud Montgomery
Inglês
1908
50 milhões

26 - Beleza Negra, memórias de um cavalo
Anna Sewell
Inglês
1877
50 milhões

Entre 30 milhões e 50 milhões de cópias (estimativa)

27 - Il Nome della Rosa (O Nome da Rosa)
Umberto Eco
Italiano
1980
50 milhões

28- Relatório Hite sobre sexualidade feminina
Shere Hite
Inglês
1976
48 milhões

29 - A Teia de Charlotte
E.B. White: ilustrada por Garth Williams
Inglês
1952
45 milhões

30 - The Tale of Peter Rabbit
Beatrix Potter
Inglês
1902
45 milhões

31 - Harry Potter e as Relíquias da Morte
J. K. Rowling
Inglês
2007
44 milhões

32 - Fernão Capelo Gaivota
Richard Bach
Inglês
1970
40 milhões

33 - Uma Carta para Garcia
Elbert Hubbard
Inglês
1899
40 milhões

34 - Roget’s Thesaurus
Peter Mark Roget
Inglês
1852
40 milhões

35 - Better Homes and Gardens New Cook Book
Vários autores
Inglês
1930
38 milhões

36 - Pode Curar a sua Vida
Louise Hay
Inglês
1984
35 milhões

37 - Het Achterhuis (O Diário de Anne Frank)
Anne Frank
Holandês
1947
30 milhões

38 - Em seus passos o que Jesus faria?
Charles M. Sheldon
Inglês
1896
30 milhões

39 - Oxford Advanced Learner’s Dictionary
A.S. Hornby
Inglês
1948
30 milhões

40 - O Sol é para Todos
Harper Lee
Inglês
1960
30 milhões

41 - Vale de Bonecas
Jacqueline Susann
Inglês
1966
30 milhões

42 - E o Vento Levou…
Margaret Mitchell
Inglês
1936
30 milhões

43 - Cien Años de Soledad (Cem Anos de Solidão)
Gabriel García Márquez
Espanhol
1967
30 milhões

44 - Uma Vida com Propósitos
Rick Warren
Inglês
2002
30 milhões
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