Friday, March 22, 2013

Dicas indispensáveis de escrita de grandes autores

Para escrever, existem técnicas, planejamento, conhecimento da gramática e de ortografia. Mesmo não havendo regras absolutas, dicas de grandes autores sempre podem nos auxiliar de algum modo, ainda que as ignoremos.

1 - Ernest Hemingway


Não há nada na escrita. Tudo que você precisa fazer é sentar-se diante da máquina de escrever e sangrar.

2 - Anton Tchekov


Não me diga que a Lua está brilhando; mostre-me o reflexo da luz num copo quebrado.

3 - Toni Morrison

A habilidade dos escritores de imaginarem o que não são si próprios, de familiarizarem-se com o estranho e mistificar o familiar, é o teste de seu poder.

4 - E. L. Doctorow

Escrever um romance é como conduzir um carro à noite. Você só consegue enxergar até onde mostram seus faróis, mas você pode empreender toda uma viagem deste modo.

5 - Henry Miller


Quando você não pode criar, você pode trabalhar.

6 - Elmore Leonard

Eu tento retirar aquelas partes que as pessoas pulam.

7 - John Steinbeck


Abandone a ideia que um dia você concluirá. Deixe de ter em vista as 400 páginas, e escreva somente uma página ao dia, isto ajuda. Então, quando concluir, você sempre se surpreenderá.

8 - Stephen King

Se você quer ser um escritor, você precisa fazer duas coisas acima de tudo: ler bastante e escrever bastante.

9 - Maya Angelou

O que faço quando tento escrever. Posso escrever por duas semanas "batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão". E pode ser a coisa mais chata e horrível. Mas eu tento. Quando estou escrevendo, eu escrevo. Então, é como se a musa se convencesse que não estou para brincadeiras e dissesse: "Tudo bem, tudo bem, virei".

10 - James Patterson

Sempre finjo que estou sentando diante de alguém. Estou contando uma história e não quero que ele se levante até eu acabar.

11 - Edgar Allan Poe


Um conto deve ter um único tom e cada frase deve conduzir a ele.

12 - John Steinbeck

Se você estiver usando um diálogo - leia-o em voz alta enquanto escreve. Somente assim você terá o som da fala.

13 - Ray Bradbury


Quantidade produz qualidade. Se você só escreve poucas coisas, está condenado.

14 - T. S. Eliot

Poetas imaturos imitam; poetas maduros roubam.

15 - Ernest Hemingway

Entrevistador: Quantas vezes você reescreve?
Hemingway : Depende, reescrevi o final de "Adeus às Armas", a última página, trinta e nove vezes antes de ficar satisfeito.
Entrevistador: Havia algum problema técnico nele? O que o estava travando?
Hemingway: Encontrar as palavras certas.

16 - Gertrude Stein


Escrever é escrever é escrever é escrever é escrever é escrever é escrever é escrever

17 - F. Scott Fitzgerald

Corte todos os pontos de exclamação. Um ponto de exclamação é como rir da própria piada.

18 - G. K. Chesterton

Devo meu sucesso a ouvir respeitosamente aos melhores conselhos, então partir e fazer exatamente o oposto.

Thursday, March 21, 2013

8 boas práticas de escrita, por Neil Gaiman



trad.: Henry Alfred Bugalho

1 - Escreva.

2 - Ponha uma palavra depois da outra. Encontre a palavra certa, escreva-a.

3 - Conclua o que você está escrevendo. Conclua qualquer coisa que você tiver de fazer, conclua.

4 - Deixe descansar. Leia-o fingindo que você nunca o havia lido antes. Mostre para amigos cuja opinião você respeita e que gostam deste tipo coisa.

5 - Lembre-se: quando as pessoas lhe dizem que algo está errado, ou que não funciona, elas estão quase sempre corretas. Quando elas lhe dizem o que pensam estar errado e como arrumar, elas estão quase sempre erradas.

6 - Arrume. Lembre-se que, cedo ou tarde, antes que isto atinja a perfeição, você terá de deixá-lo partir e seguir adiante para escrever a próxima coisa. Perfeição é como perseguir o horizonte. Continue seguindo adiante.

7  - Ria de suas próprias piadas.

8 - A regra principal da escrita é que, se você fizer isto com bastante segurança e confiança, você será autorizado a fazer o que quiser. (Talvez esta seja a regra para a vida, bem como para a escrita. Mas definitivamente é verdadeira para a escrita). Então escreva sua história como ela precisa ser escrita. Escreva-a com honestidade, e conte-a tão bem você consiga. Não estou certo se há outras regras. Nenhuma que seja importante.

De um artigo em The Guardian

Wednesday, March 06, 2013

A arte de não concluir a leitura de livros


Durante quase uma década, li freneticamente tudo aquilo que caía em minhas mãos.
Li ficção, poesia, teoria literária, Filosofia, Psicologia, História, Teologia, sobre a Teoria do Caos, sobre viagens espaciais, acupuntura, medicina, Física, biografias, auto-ajuda, espírita, best-sellers, outros que não venderam tão bem, clássicos e contemporâneos. Li catataus de mais de mil páginas e livrinhos de bolso. Li a Bíblia do cabo a rabo.

Li até alguns livros que me levam hoje a indagar: por que perdi meu tempo?

Já não tenho mais este ímpeto. Nos últimos anos, os livros que abandonei são muito mais numerosos do que aqueles que consegui terminar de ler.
Anteriormente, largar um livro no meio era uma heresia imperdoável para mim. Mesmo se fosse ruim, chato, sem propósito, eu me sentia numa obrigação interior de chegar ao ponto final.
Hoje, não mais.

A última obra que consegui ler do começo ao fim foi uma das incontáveis releituras de "Ficções" de Jorge Luis Borges. Conheço muito bem alguns dos contos deste volume, mas sempre me surpreendo com suas histórias e, principalmente, com suas entrelinhas.
Este é o tipo do livro que tenho buscado no momento, daquele que nos transporta para algum lugar misterioso para além das palavras, que vive mesmo quando a leitura foi concluída.
São obras raras, e tenderão a rarear ainda mais em nossa época.

Jamais concluí a leitura de "Clube da Luta" de Chuck Palahniuk, apesar de sempre me prometer que o farei. Cheguei a ler o primeiro capítulo de "50 Tons de Cinza" para saber a razão de tanto furor, mas não dá, é um livro tão ruim que eu não usaria nem para a limpar a bunda se fosse pego desprevenido por uma caganeira na beira da estrada. Até "Grande Sertão: Veredas" repousa na prateleira, lido até a metade, sendo revisitado duas vezes ao ano para rápidas leituras, mas a conclusão dele parace ser inatingível.

Talvez a primeira obra que eu consiga ler na íntegra neste ano seja "The Friends of Eddie Coyle", do americano George V. Higgins, com uma escrita tão única, agradável e inusitada, que todo fim do dia me pego lendo um capítulo. Mesmo sendo um livro curto, já me tomou algumas semanas; era o tipo de obra que eu leria em dois dias algum tempo atrás. Está disputando cabeça a cabeça com "A Teoria do Romance" de Lukacs, também numa leitura a passo de tartaruga.

O fato é que a leitura é uma prática sobrevalorada.
Há um mito que quem lê muito, independentemente da qualidade da obra, será alguém mais inteligente, ou pelo menos mais culto.
Não se engane, quem lê porcaria não é muito diferente de quem assiste ou ouve porcarias.
Ler não é nenhuma tarefa excepcional, que distingue os gênios da boiada. Ler é uma das competências da linguagem, que não torna ninguém melhor do que os outros.
Ler revista de fofocas não o tornará um intelectual. Ler livrinhos eróticos das bancas de jornal também não. Na verdade, tampouco a Filosofia ou qualquer outra obra de alguma disciplina complexa e sofisticada o tornará uma pessoa melhor, pois ler nem sempre é compreender, e compreender nem sempre implica em aprendizado real.
Inclusive, não devemos sequer confundir cultura e conhecimento com inteligência. Algumas das pessoas mais insuportáveis e intolerantes que conheci eram bastante cultas, mas sem um pingo de inteligência.

Hoje, não tenho mais paciência para certos livros. Não quero ler e reler as mesmas histórias que retornam num ciclo infindo de clichês e enredos previsíveis, mas também não pretendo me esforçar para deglutir um livro insosso, por mais cultuado que seja.
Mostre-me uma grande obra que eu a seguirei, mas tem de ser daquelas que nos consomem, que se injetam em nossas veias e transformam a nossa visão de mundo. Não peço menos do que isto.

Nosso tempo é limitado e precioso, e abandonar uma leitura pela metade pode ser um ato até muito mais significativo do que o da escolha do que leremos.
A biblioteca é vasta, mas o tempo é escasso.

***
E você tem alguma recomendação de um bom livro para que eu o leia até a metade?

Friday, March 01, 2013

A ordinária (?) vida doméstica dos escritores

Após ler este artigo do Flavorwire, 25 fascinating photos of famous writers at home, resolvi fazer uma versão do Blog do Escritor, com retratos da vida privada de alguns escritores.

João Guimarães Rosa

Em casa com a esposa Aracy, e uma porção de gatos.

Erico Veríssimo

O autor em seu escritório em Porto Alegre.

Carlos Drummond de Andrade

O poeta em seu apartamento no Rio de Janeiro.

Clarice Lispector

A escritora em sua casa em Nápoles com o cão Dilermando, que ela recolheu da rua.

Vinícius de Moraes

O poetinha na banheira de sua casa, no Rio de Janeiro, onde trabalhava e recebia os amigos.

Graciliano Ramos

Última foto tirada do autor, em 1952, na casa dele no Rio de Janeiro.

Jorge Amado

Retrato tirado pela esposa do autor, na casa deles em Salvador.

José Saramago

O primeiro e único, até o momento, ganhador de língua portuguesa do Prêmio Nobel de Literatura em sua casa, em Lanzarote, Ilhas Canárias.

Raquel de Queiroz

A autora em sua casa no Rio de Janeiro.

Julio Cortázar

No apartamento do autor em Paris.

Jorge Luis Borges

O maestro e María Kodama, seu amor tardio, na residência deles em Genebra.

Pablo Neruda

O poeta na varanda de sua casa em Isla Negra, Chile.

James Joyce

O autor irlandês ao lado de seu neto, Stephen, na casa dele em Paris.

Henry Miller

Miller em seu refúgio em Big Sur, Califórnia.

Charles Bukowski

A pocilga do velho safado em Los Angeles.

Albert Camus

Na varanda de seu apartamento em Paris.

Gabriel García Márquez

O escritor colombiano com a esposa e filhos, na casa deles na Cidade do México.

Henry Alfred Bugalho

É óbvio que eu não podia me deixar de fora desta. Aqui estou eu escrevendo na varanda do meu apartamento anterior, na Perúgia, Itália.

E você?
E você também escreve? Tem alguma foto sua no seu ambiente de trabalho em sua casa? Mande-nos o link da imagem no comentário para conferirmos.
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