Tuesday, April 16, 2013

O vazio e a satisfação de concluir a escrita de um livro


Concluir uma obra longa é um marco na vida de qualquer escritor.

Todo aquele que inicia sua carreira literária escrevendo textos curtos, como contos, crônicas e poemas, observa de longe o romance, ou um livro completo, como se fosse a escalada do Everest, quase como um cume inatingível.

Um romance é escrito página após página, dia após dia, semanas após semanas e, às vezes, até ano após ano. Alguns autores podem passar a vida inteira escrevendo um único romance.

Agora, prestes a concluir meu quinto romance (o décimo-segundo livro de minha autoria), volto a ser inundado por dois sentimentos contraditórios.

O vazio

Durante a escrita de uma narrativa longa, você convive com seus personagens numa relação tão íntima, que eles quase se convertem em seus melhores amigos.
Um autor de ficção dialoga com seus personagens, ocasionalmente suplicando para que eles cumpram o destino traçado pelo escritor. Todavia, certos personagens possuem vida própria e não aceitam passivamente os ditames de autor, seguindo seus próprios rumos e ditando o ritmo da história.

Não raro, estes personagens vivos, quase tão vivos e reais quanto pessoas de carne e osso, nem são os protagonistsa da narrativa, mas alguns personagens menores, que de tão cativantes crescem e se entranham na mente do autor.

Despedir-se destes personagens, ou pior até, matá-los, cria uma profunda sensação de vazio. É como ver um amigo partindo, com a certeza que jamais o reecontrará.
Você descobrirá que reler a obra depois não lhe causará a mesma empolgação ou emoção de quando você a escrevia.
Às vezes, você até sentirá que aquilo é obra de outra pessoa, que não são palavras suas.

A satisfação

Comumente, você terá dúvidas durante a redação de um livro, talvez até o abandone por dias ou semanas, retornando à escrita com maior vigor depois, oscilando entre ânimo e desânimo.

De certo modo, a analogia com a escalada do Everest é acertada, pois é preciso cautela e determinação para chegar ao topo, numa expedição cercada por imprevistos e contratempos.

Portanto, o ponto-final é também um momento de grande satisfação, de uma sensação de missão cumprida, que fizemos o que viemos para fazer.

É a célebre frase de Júlio César, "veni, vidi, vici", isto é, "vim, vi e venci". E você deve se vangloriar por ter concluído um livro, pois, de todos os candidatos a escritores ao redor do mundo, dentre todos aqueles que sonham em seguir esta carreira, somente alguns concluirão uma obra longa.

Eu diria que esta é a primeira triagem da vida de um escritor. Nada garante que ela será publicada um dia, tampouco que seja bem escrita, mas já é um passo, um grande passo, do qual você deve se orgulhar.

Conclusão

Escrever uma obra longa é motivo para comemoração, pois exigiu dedicação e esforço por um longo tempo.
Assim que você terminar seu livro, descanse um pouco e relaxe. Aproveite um pouco do seu trabalho recém-concluído. Deixe-o de lado por um período, para depois começar a reescrita e revisão.

Contudo, não permita que um livro ofusque o potencial das obras futuras. Assim que terminar um projeto, comece a determinar as diretrizes de seu próximo trabalho, inicie a pesquisa e delineie seus pontos principais.

O final de um livro é o término de uma etapa, mas também o início da próxima.
O fim é sempre um recomeço.

Thursday, April 11, 2013

Os livros que vendem mais, vendem mais porque vendem mais



(Livraria Ateneo, em Buenos Aires)

Escrever um livro não é um desafio.

Tire da cabeça que redigir uma obra de 200 páginas é um feito extraordinário, só possível de ser realizado por grandes gênios.
Eu lhe asseguro que escrever um livro do começo ao fim é muito mais simples do que parece, e os muitos milhares de novos títulos, publicados todos os anos por editoras comerciais ou em edições do autor, não me desmentem.

Escrever é fácil. Escrever bem é um pouco mais complicado. Agora, escrever extraordinariamente bem, aí sim estamos falando de uma habilidade para poucos afortunados.

O problema real da maioria dos autores nunca foi o estágio de escrita, tampouco a publicação. O grande mistério da escrita é como fazer com que a sua obra chegue ao leitor certo.

Continue lendo o restante do artigo aqui, na Revista SAMIZDAT
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