Saturday, June 23, 2012

A Pirataria e a Cultura da Desonestidade


Você é um criador cultural? Um escritor, um músico, um cineasta ou um fotógrafo? Ganha dinheiro com o que faz ou pretende ganhar um dia?


Então talvez esteja na hora de começar a se preocupar um pouco com a pirataria digital.


O que é a pirataria?




Existem vários tipos de violação de direitos autorais, como plágio, criação de obras derivadas (como fan-fictions), alterações de obra artística, traduções sem autorização do autor e, obviamente, a distribuição ou reprodução de uma obra sem autorização do autor.


Quando utilizamos o termo "pirataria", geralmente nos referimos especificamente à reprodução e distribuição não-autorizadas, com ou sem fins lucrativos.


Vejamos alguns exemplos:

1 - uma banda lança um CD, que custa numa loja R$ 19,90.
Alguém faz cópias deste CD e vende na rua a R$ 9,90. Isto é pirataria!
Ou outra pessoa converte este CD em MP3 e distribui gratuitamente pela internet. Isto também é pirataria.

2 - é lançado um filme no cinema ou em DVD/Blu-Ray.
Alguém grava com uma câmera amadora o filme na sala de cinema ou faz cópias da mídia, revendendo. Isto é pirataria.
Ou alguém disponibiliza o vídeo online, mesmo que seja gratuitamente. Isto também é pirataria.

3 - um escritor lança um livro.
Alguém digitaliza o livro e disponibiliza gratuitamente na internet. Isto é pirataria.
Um professor universitário fotocopia este livro e o distribui para seus alunos. Isto também é pirataria.

Qualquer reprodução ou distribuição não-autorizada é uma violação dos direitos autorais e, quase sempre, prejudica os produtores culturais.

A Cultura da Desonestidade


Antes de tudo, as pessoas pensam que cultura deve ser gratuita e acessível universalmente. Este é um ideal muito belo, se abstrairmos que o artista também precisa comer e pagar as contas.

Cada cópia pirata de uma canção, de um filme, de um livro ou de uma imagem são tostões a menos no bolso de quem criou, mas também de toda uma indústrial cultural que permitiu a veiculação daquele produto cultural.

A pirataria não enfraquece apenas o sustento do artista, mas também de uma estrutura criativa que permite o surgimento e a divulgação de outros artistas. Por mais excludente que a indústria cultural seja, deixando de lado grandes talentos que não se encaixem em seus projetos mercadológicos, boa parte da qualidade da cultura depende das grandes produtoras de música e cinema, e também das grandes editoras.


A pirataria sempre existiu. Paralelamente aos canais oficiais de produção e distribuição cultural sempre houve os meios clandestinos, basta nos recordarmos de uma época não tão distante, com fitas cassete e VHS. Mas a proporção era infinitamente menor.
Todavia, na era digital, tornou-se mais fácil copiar e distribuir ilegalmente conteúdo, ao ponto de abalar profundamente as produtoras culturais.

Reúna a internet a uma cultura da desonestidade, onde prevalece a lógica da malandragem e de sempre tirar vantagem em tudo, e não é difícil prever as consequências. O Brasil é um dos países onde mais se violam direitos autorais no planeta e há toda uma indústria clandestina da pirataria, que envolve desde a máfia chinesa até a dona de casa que baixa uma canção pirata na internet.
Cada um de nós, ao reproduzirmos e distribuirmos produtos piratas, também estamos contribuindo com nossa cota de desonestidade, ao mesmo tempo em que indiretamente afirmamos que o trabalho do artista não tem valor algum e que, por isto, não merece ser remunerado.

Queremos ver filmes, ouvir músicas, ler livros, ver fotos, mas não queremos pagar por isto.

Alguns mitos sobre a pirataria


1 - não é crime, porque não estou prejudicando ninguém

Sim, você está prejudicando muita gente. Por detrás daquele MP3, daquele filme ou daquele livro pirateado, não existem somente os artistas, existem vários profissionais especializados que também são responsáveis pelo sucesso da obra.
Ao roubar o produto do trabalho deles, pois isto é uma espécie de roubo, você está comprometendo o sustento de todos estes profissionais.

Imagine a seguinte situação: você é um agricultor e planta tomates. Certo dia, alguém entra em sua propriedade sem sua autorização e colhe metade da sua plantação para distribuí-la gratuitamente para as pessoas carentes, pois alimento deveria ser um direito de todos. Isto é roubo ou não é?

2 - o artista pode ganhar dinheiro de outras maneiras

Em alguns casos sim, em outros não.

Um músico ainda tem a opção de tocar em shows ao vivo, mas como um escritor vai ganhar dinheiro se não através dos livros que vende?

Mesmo assim, performances ao vivo são bastante limitadas, a vendagem de um livro, canções, ou DVDs é virtualmente ilimitada, pois podem ocorrer simultaneamente em vários países do mundo, em vários idiomas diferentes, e também por tempo ilimitado. Um show tem uma duração de uma ou duas horas, uma canção, um romance ou um filme pode durar séculos.

É óbvio que o artista pode ganhar dinheiro de outras maneiras: arranjando um emprego convencional fazendo um concurso público, por exemplo.
Mas a extinção de uma classe de artistas profissionais também pode representar o fim de obras de artes com qualidade superior, feitas por gente competente e que dedica sua vida exclusivamente a este ofício.

3 - só estou ajudando a divulgar a obra do artista

É nesta hora que vem o papo altruísta que reprodução indevida não é um crime, mas sim uma maneira para ajudar a divulgar o trabalho do artista.

A melhor maneira para divulgar o trabalho de alguém é comprando-o e falando para os outros comprarem-no. Não copiando-o sem autorização, pois além de não ajudar tanto assim a divulgar o artista, ainda o estará prejudicando.

4 - a pirataria só afeta os artistas famosos que ganham milhões

Quanto mais um trabalho artístico estiver em visibilidade, maior será o interesse em pirateá-lo, isto é um fato.
No entanto, não são apenas os grandes nomes do mundo artístico que sofrem com a pirataria. Autores em ascensão também são alvo deste crime e, para eles, as consequências são ainda piores.

Que um artista milionário seja afetado por uma queda na parcela de venda de seus discos, livros ou filmes, é uma coisa. Ele continuará milionário.
Mas que um artista em início de carreira perca toda a possibilidade de se consolidar numa carreira artística, somente porque algum espírito de porco está distribuindo gratuitamente suas obras, tirando assim a comida de sua boca, isto é ainda mais imperdoável.

Como evitar a pirataria?

Ainda não existem respostas simples para esta questão.

A primeira, e mais demagógica, seria ensinar as pessoas a respeitarem a propriedade intelectual alheia, a darem valor a sua classe artística, a serem honestas. Contudo, isto é uma quimera, pois a nossa malandragem nata continuará impelindo-nos a baixar e a distribuir produtos culturais piratas, inevitavelmente.

O que resta é que os próprios produtores culturais se previnam e tentem proteger suas obras, com as seguintes medidas:

1 - faça buscas constantes no google com os títulos de sua obra, mais o formato do arquivo (como .MP3, .PDF, .JPEG ou formatos de vídeo).
Caso você encontre algum resultado genuíno, pois existem vários sites que simulam resultados falsos para forçar uma assinatura, você tem as seguintes medidas:

a - contatar o Digital Rights Management do google para retirar aquele link dos mecanismos de busca, através do seguinte formulário:

https://www.google.com/webmasters/tools/dmca-notice?pli=1&&rd=1

através do qual você deve informar seu nome, que tipo de conteúdo está sendo pirateado, qual é o link do conteúdo pirata e qual é o link do conteúdo de origem.

O google resolve este tipo de casos rapidamente, muitas vezes em menos de 24 horas.

b - ver onde o conteúdo está hospedado, como 4shared ou algum outro site de compartilhamento de arquivos, e denunciar o conteúdo, informando que você é o detentor dos direitos autorais. O 4shared resolve este tipo de problemas com uma rapidez incrível.

c - contatar o próprio usuário, pedindo que ele retire o conteúdo do ar. No entanto, isto só funciona com sujeitos desavisados, geralmente pessoas que estão distribuindo o arquivo sem maldade. Se você estiver lidando com um malandro, então pode ter sérias dores-de-cabeça.


2 - distribua seu conteúdo gratuitamente, licenciado em Creative Commons ou totalmente livre em Copyleft. Se você não quiser se preocupar nem um pouco com a pirataria, simplesmente produza e distribua suas obras sem esperar lucro.
Há grandes chances que você continue um artista diletante pelo resto de seus dias, ou até consiga ganhar uns trocados com anunciantes, mas pelo menos não se aborrecerá.
E, pela minha experiência, ninguém tem interesse em piratear o que já é de graça, o que ressalta a minha teoria que os piratas não dão a mínima para cultura gratuita e livre para todos; querem apenas sacanear aqueles com talento e que conseguem ganhar alguma coisa com isto.

Conclusão

Qualquer artista ou produtor intelectual sério corre o risco de ver sua obra pirateada. E, enquanto não houver uma alternativa factível para lucrar com os produtos culturais além da venda de canções, livros, imagens ou vídeos, a pirataria é um problema crucial que deve ser considerado.

Basta um pouco mais de visibilidade, ou produzir alguma obra muito interessante, que fatalmente aparecerão os desonestos, fundados em ideais hipócritas, para tentar prejudicá-lo.

Os piratas digitais não querem um mundo livre e democrático, nem cultura acessível a todos; eles desejam somente prejudicar alguém que tem um talento que eles jamais terão.

O primeiro passo deve ser dado na própria casa, começando por nós mesmos. Você baixa sem autorização livros, músicas, filmes ou fotos protegidas por copyrights? Então você também faz parte deste sistema destrutivo!

Pois saiba que, se você é um artista e um dia fizer sucesso, você poderá ser o próximo alvo da pirataria digital.
E uma vez que sua obra cai na rede, não tem mais volta...

Thursday, June 21, 2012

Editores, qual é a visão do lado de lá?


Não foi hoje que as empresas descobriram o poder dos blogs para humanizar suas atividades.

Quando você põe alguém, uma pessoa normal assim como nós, para dar a cara a tapa e falar com os leitores/consumidores sem toda aquela pompa corporativa, há uma identificação instantânea e pensamos: "veja, ali existe gente de verdade!"

Qualquer escritor em início de carreira encarará, em algum momento, os editores como inimigos. Na mente deste autor iniciante, há alguém, geralmente um sujeito carrancudo com caneta vermelha na mão sentado numa saleta sombria, recusando os manuscritos. Este é o vilão, o Cérbero entre o seu sonho de ser publicado e o pesadelo de ser recusado!

Há quase uma década que os editores e agentes literários americanos utilizam blogs para estreitar o relacionamento entre editoras/agentes e autores, ou entre editoras e leitores. Mas lá existe um mercado de livro real e escritor profissional não é mera figura de retórica. Um país onde se publicam quase 350 mil novos livros todos os anos, a maioria de autores nacionais, que movimenta quase 12 bilhões de dólares, não está para brincadeira. Existem grandes editoras, existem grandes autores e existe um gigantesco público leitor.

Como todo fenômeno cultural, às vezes tarda um pouco para chegar abaixo do Equador. Existem alguns editores-blogueiros, como o Luiz Schwarcz (http://www.blogdacompanhia.com.br/), da Cia das Letras, que relata algumas histórias de sua longa carreira como editor e também antecipa alguns lançamentos próximos da editora. Com uma escrita às vezes barroca, é um ótimo reduto para quem curte memorabilia do mercado editorial, mas de pouca serventia prática para um autor iniciante tentando vislumbrar o que pensa um editor.

Até o momento, nenhuma boa alma editorial parecia estar disposta a ensinar um pobre aspirante a escritor o que fazer, por onde começar ou o que esperar.
É aí que surge o Tal do meu blog (http://gabigabiruska.com/), de autoria de Gabi Gabiruska, atualmente gerente editorial da Editora Gutenberg.
Caí neste blog por acaso, indicado no Facebook por um colega escritor. Li alguns artigos interessantes, mas, nos dias seguintes, outros amigos escritores continuaram indicando-o.
Foi neste instante que constatei que talvez estivéssemos diante de algo novo no Brasil, de uma editora disposta a abrir o peito e doutrinar os novos autores a como realizarem o sonho da publicação.

Publicar não é fácil. Só quem já tentou é que sabe.
Se você é um autor independente, tem uma porção de leões para matar todos os dias. Precisa escrever, editar, promover e vender seus próprios livros.
Se você gostaria de ser publicado comercialmente, bem, daí o buraco é bem mais embaixo! Antes de tudo, você tem de convencer uma porção de gente que seu livro é bom, que venderá, que você conseguirá escrever outros livros bons no futuro, até fechar o contrato.

A Gabi oferece uma porção de recomendações sensatas sobre "como apresentar seu livro e despertar o interesse das editoras". Ali está a visão de uma editora de qual seria a abordagem ideal de um autor sério. A primeira impressão que temos é que, uma vez respeitada aquela cartilha, nossos manuscritos imediatamente se destacarão na multidão e as chances de publicação aumentarão consideravelmente.

No entanto, esta é a visão do lado de lá, com uma certa complacência com o mercado editorial. Num mundo perfeito, bons livros encontrariam bons editores, e todos seriam felizes.
Mas em nossa realidade imperfeita, não basta escrever um bom livro; é precisar estar no lugar certo, na hora certa e falando com a pessoa certa.
Se os astros não ajudarem e Júpiter não estiver na décima casa, você pode ter o melhor livro em mãos, com a carta de apresentação mais bem preparada da História, que seu livro baterá nas portas de todas as editoras e acabará sendo incinerado.

Estar no papel de editor não deve ser fácil. Imagino que eles saibam que, nas mãos deles, naquelas páginas e mais páginas, estão depositados os sonhos mais caros daqueles candidatos a escritores. A recusa pode representar o esfacelamento de ilusões que todos alimentamos.
Não duvido das estatísticas que afirmam que a cada mil exemplares apenas um ou dois são considerados seriamente para publicação. Recusar novecentos noventa e nove livros para encontrar um, este é o trabalho do editor.
É para esta pessoa que sujeitamos nossas crias literárias, nossos natimortos e nossos fracassos. Todavia, às vezes, nem a melhor cartilha pode nos salvar.
No brutal e competitivo mercado literário, nem sempre são os bons e heróicos que vencem. Neste cassino, a maioria de nós perde, mas a casa sempre ganha.

Thursday, June 14, 2012

Escrevendo um romance do começo ao fim - 8 recomendações práticas


Você teve aquela ideia brilhante para um romance, mas não sabe por onde começar, ou o que é pior, na minha opinião, já escreveu algumas páginas, mas não consegue avançar ou acabá-lo?

Então, seguem 8 recomendações práticas para escrever um romance do começo ao fim. Não é garantia alguma de sucesso, mas já o ajudará bastante a organizar o pensamento e avançar um pouco na escrita.

1 - Acredite na sua ideia

Seja autêntico e escreva uma história na qual você acredite.

De nada adianta você tentar seguir as modas literárias, falar sobre vampiros, cavaleiros medievais, bruxos adolescentes, romances românticos ou infanto-juvenis se você não acredita realmente no que está fazendo.

A princípio, qualquer escritor deveria escrever aquele livro que ele gostaria de ler, que chamaria a atenção dele na livraria e com um estilo que o agrade.
Gostar de Terror, mas escrever histórias românticas porque é o que vende, ou adorar Sidney Sheldon, mas tentar escrever como Proust é a fórmula para uma obra malfadada.

Uma hora, você se cansará e sentirá que a sua alma não está naquelas páginas, então acabará abandonando o romance ou jamais terá orgulho dele.

2 - Saiba como a história começa, desenvolve-se e termina

Ter um caminho traçado para seu enredo sempre ajuda a manter o foco.

Para mim, o que funciona, antes mesmo de começar a escrever o livro, é anotar, ponto por ponto, os principais momentos da trama até o desfecho.

Isto não quer dizer que você esteja condenado a escrever o romance exatamente como o planejado inicialmente. Muitas vezes, ou melhor, quase sempre, assim que você imergir na escrita do livro, a história criará vida e ditará seu próprio ritmo, chegando até a contrariar totalmente a ideia original.

Não saber aonde você pretende chegar dificultará bastante várias decisões durante a narrativa, quando e como será clímax, e também qual será o momento de encerrar o enredo.

3 - crie personagens que movam a história

Existem dois tipos básicos de protagonistas: aqueles que movem a história, e aqueles que são movidos por ela.

É muito mais fácil criar personagens do segundo tipo, pois basta que o autor engendre situações mirabolantes, um arquiinimigo ou uma sequência de obstáculos externos, e aguardar para ver qual será a reação do personagem. Nestes casos, eles são como marionetes nas mãos do autor, sem vida e sem personalidade.

Já personagens do primeiro tipo são mais raros e muito mais difíceis de serem concebidos. É preciso insuflar-lhes um espírito, tornando-os tão reais como se eles fossem pessoas de verdade. Geralmente, estes personagens tem uma motivação tão poderosa e visceral que eles mesmos são os motores do enredo, agindo por conta própria e solucionando seus próprios problemas. Nesta situações, a tarefa do escritor é mais a de traduzir em palavras os anseios dos personagens, ao invés de ser alguém que dite o que eles devem fazer.
Personagens orgânicos são o sonho de quaisquer escritores, mas exigem respeito e compreensão, pois nem sempre eles vão querer obedecer o roteiro planejado, agindo de maneira imprevisível.

4 - trabalhe com diálogos

A técnica mais eficaz para criar tensão e fazer uma história fluir é utilizando bem os diálogos.

O ideal é ser o mais realista possível, tentando dotar cada personagem com um vocabulário próprio. Os personagens revelam muito sobre si próprios através do que eles falam e, às vezes, mesmo uma conversa trivial pode trazer à luz aspectos importantes sobre eles.

É extremamente complicado escrever diálogos verossímeis, sem recair na banalidade ou na artificialidade.
Em romances históricos, o trabalho é dobrado, pois deve-se evitar utilizar um vocabulário anacrônico, com palavras, gírias ou expressões que são utilizadas hoje, mas que não eram na época no qual o romance se ambienta.

5 - disciplina é fundamental

Estabeleça um horário exclusivo, por exemplo, uma hora por dia, apenas para escrever seu romance.

Mesmo que você não esteja com a mínina vontade, sem nenhuma ideia boa, escreva pelo menos um parágrafo. Esta disciplina é essencial para criar uma rotina, além de ser uma estratégia para criar sempre.

Se você escrever um parágrafo por dia, todos os dias, num ano serão 365 parágrafos, que já devem dar quase 70 páginas, ou seja, em dois anos você tem um livro pronto.
No entanto, se você conseguir produzir uma ou duas páginas ao dia, em menos de seis meses você já terá um romance em mãos.

E, durante este horário, evite acessar internet, assistir TV ou qualquer outra atividade que o distraia. Concentre-se em sua tarefa e não desista.
Quanto mais você escrever, mais você vai querer escrever.

6 - resista a tentação de mostrar aos outros um romance inacabado

Eu entendo muito bem a sensação de querer um parecer dos outros enquanto estamos escrevendo um livro, pois, em alguns momentos, você questionará a qualidade da obra.

Resista! Dividir com os outros um romance inacabado pode ser um grande equívoco por várias razões:
1 - nem sempre teremos uma resposta positiva dos leitores, o que pode nos desanimar bastante;
2 - o romance ainda não estará revisado ou editado, ou seja, muita coisa ainda poderá mudar;
3 - ler um romance pela metade é ler um romance pela metade, você gostaria de ver um filme inacabado?

Você descobrirá com o tempo que é muito mais fácil começar um romance do que concluí-lo, e acumulará uma porção de histórias inconclusas.
Isto é normal, por isto, só mostre aos leitores um livro quando ele estiver pronto, revisado e com todas as arestas aparadas.

7 - não fique relendo ou revisando um romance enquanto não o houver concluído

Revisar uma obra inacabada é contraproducente. É um tempo que você estará desperdiçando, ao invés de estar escrevendo, de fato, o romance.

Deixe para revisar e fazer qualquer alteração num romance depois de ter posto o ponto-final. Concluir uma obra não significa que o trabalho terminou.

Frequentemente, o trabalho de revisar, recortar, editar ou emendar um romance é tão ou mais difícil do que o de escrevê-lo.

Enquanto você estiver escrevendo a história, releia uma ou duas páginas anteriores para relembrar onde você parou e continue deste ponto em diante.
Só releia o material inteiro caso você tenham interrompido a escrita por um tempo mais longo, ou deseja evitar a repetição de alguma cena ou diálogo, o que pode ocorrer, principalmente se você não houver feito um bom planejamento prévio do enredo.

8 - descanse um pouco ao concluir um romance, mas não descanse demais

Se você conseguir terminar seu romance, tire algumas semanas ou até meses para descansar.
Aproveite para reler obras antigas suas, escrever contos ou ler bastante.

Mas não se acomode nem deixe a preguiça dominá-lo. A escrita é uma prática, se você não estiver exercendo-a sempre, aos poucos começará a perder a mão e a deixará de lado.

Enquanto não estiver escrevendo um romance, continue escrevendo outros trabalhos, mesmo que seja e-mails.

E depois de concluído o livro, você também descobrirá que começa a pior parte deste ofício, conseguir publicá-lo e vendê-lo.
Esta é nesta hora que você terá a certeza que escrever um livro foi a tarefa mais fácil.
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